A escritora itapecuruense Jucey Santana foi destaque no carnaval deste ano em São Luís, ela esteve presente ao desfile da escola Turma de Mangueira e junto a outras autoras maranhenses compôs um dos carros alegóricos da agremiação que em 2020 homenageou a ludovicense* Maria Firmina dos Reis, considerada a primeira romancista brasileira.
Jucey Santana é integrante da Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes (AICLA) e também da Academia Ludovicense de Letras. O destaque trazia apenas escritoras para dar ênfase ao fato ímpar de uma mulher, negra e maranhense, ser considerada pioneira do romance nacional. A escola é a mais antiga de São Luís, fundada em 25 de Dezembro de 1928, no bairro do João Paulo, e ganhou a avenida como a penúltima da programação na madrugada do último Domingo (23) para segunda-feira.
MARIA FIRMINA DOS REIS (Texto extraído do Wikipedia)
Maria Firmina dos Reis nasceu na Ilha de São Luís, no Maranhão, em 11 de março de 1822, sendo batizada somente a 21 de dezembro de 1825, em virtude de uma enfermidade que a acometeu nos primeiros anos de vida. Segundo o registro, Maria Firmina foi batizada na freguesia de Nossa Senhora da Vitória, em São Luís do Maranhão, sendo padrinhos o capitão de milícias João Nogueira de Souza, e Nossa Senhora dos Remédios, não sendo informada nem sua paternidade nem a data do nascimento. Em 25 de junho de 1847, visando a inscrição no concurso público da cadeira de primeiras letras da vila de São José de Guimarães, então apenas possível para a idade mínima de 25 anos, Maria Firmina solicitou nova certidão de justificação de batismo, na qual informou a data de nascimento como 11 de março de 1822, e o nome de sua mãe, Leonor Felipa, mulata forra, sendo o processo concluído em 13 de julho desse ano. Leonor Felipa havia sido escrava do comendador Caetano José Teixeira, falecido em 1819, grande comerciante e proprietário de terras na vila de São José de Guimarães, proprietário de uma companhia comercial com avultadas transações no fim do período colonial, e no início do Império.[1]
Tanto o registro de batismo como a certidão de 1847 são omissas em relação ao nome do pai de Maria Firmina, o qual apenas é declarado no seu registro de óbito, datado de 17 de novembro de 1917, com o nome de João Pedro Esteves. João Pedro Esteves, homem de posses, era sócio do antigo dono da mãe de Maria Firmina, a escrava Leonor Felipa, na sua companhia comercial.[1]
Segundo algumas fontes, seria prima do escritor maranhense Francisco Sotero dos Reis por parte da mãe, embora se desconheça com que fundamento e em que grau.[1]
Em 1830, mudou-se com a família para a vila de São José de Guimarães, no continente. Viveu parte de sua vida na casa de uma tia materna mais bem situada economicamente. Em 1847, concorreu à cadeira de Instrução Primária nessa localidade e, sendo aprovada, ali mesmo exerceu a profissão, como professora de primeiras letras, de 1847 a 1881.[5] Maria Firmina dos Reis nunca se casou.[6]
Em 1859, publicou o romance “Úrsula” considerado o primeiro romance de uma autora do Brasil.[7] Em 1887, publicou na Revista Maranhense o conto "A Escrava", no qual se descreve uma participante ativa da causa abolicionista.[8]
Maria Firmina dos Reis morreu, cega e pobre, aos 95 anos, na casa de uma ex-escrava, Mariazinha, mãe de um dos seus filhos de criação.[11] É a única mulher dentre os bustos da Praça do Pantheon, que homenageiam importantes escritores maranhenses, em São Luís.[12]
*Ludivicense: Aquele que nasce em São Luís do Maranhão. O termo vem do germânico Ludwig que dá origem a Louis. A capital maranhense foi fundada por franceses e seu nome é uma homenagem ao monarca da França à época, Luís IX, também chamado São Luís.