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Num final de tarde o bacharel em Direito, ex-vereador e policial militar da reserva, Abraão Martins, recebeu o diretor de jornalismo do site Itapecuru Notícias, Alberto Júnior, para contar sua versão sobre os fatos que culminaram em prisão e no envolvimento de seu nome a acusações de tortura recentemente.
Em 11 de Abril, sem divulgar nomes, a Polícia Civil de Itapecuru divulgou prisão de 4 pessoas acusadas de tortura. De acordo com a nota da polícia, os autores teriam agredido a vítima, colocando-a no porta-malas do veículo em que estavam e na BR-222, sentido povoado Leite a Itapecuru, foram abordados, presos e encaminhados para a delegacia. Para reler a matéria CLIQUE AQUI.
Abraão é enfático ao afirmar que atendeu a apelo de um amigo feito, inclusive, em redes sociais. Segundo ele, depois de muita espera e frustrações quanto a recuperar seu animal de estimação, o amigo recorreu ao policial da reserva em busca de alguma sugestão, conselho ou mesmo solução.
O amigo é Antônio José, Tubarão, conhecido em todo o estado por apresentações com um animal adestrado que fazia a alegria das crianças em feiras de gado, festas agrícolas, vaquejadas e exposições agropecuárias Maranhão afora. Seu primeiro boi, chamado de Gato Guerreiro, era o sustento da família e acabou morrendo em condições não esclarecidas totalmente. Tubarão suspeita de envenenamento, mas ainda aguarda informações conclusivas.
Tubarão e seu boi Gato Guerreiro, atração em eventos de todo o estado
Para garantir alimento aos seus, Tubarão comprou outro animal e o estava adestrando com objetivo de seguir levando alegria às festas rurais pelo estado. Este bezerro, chamado de Estrela (nascido para brilhar, como relata Tubarão), foi roubado da porta de sua residência. Veja a seguir o apelo em vídeo espalhados nas redes sociais.
Vídeo gravado por Tubarão ao lado do filho pedindo a devolução de seu bezerro Estrela
“Senti a obrigação de ajudar um amigo, sou homem do campo também. Conheço a dor e a necessidade de nossa gente, ver um amigo perder seu único meio de sobrevivência é algo angustiante. Tubarão procurou a mim, aos também seus amigos Crispin júnior e Ronald Siqueira para que ajudássemos nas buscas. Assim o fizemos”, declara.
Sobre a prisão, Abraão Martins conta que “Às 06h40m ao se aproximarem do esconderijo do acusado de roubar o bezerro, esse evadiu-se com outro comparsa embrenhando-se na mata fechada, sendo capturado apenas o Edmar. Não houve tortura, mas fugir só quando se deve alguma coisa, embrenhar-se em matas de espinhos e arame farpado é notório as escoriações. Na delegacia a palavra do meliante tem especial relevo que confessou ter vendido o animal por R$ 500,00 ao receptador, homem temido no povoado Villa Isabel, na estrada já próxima à cidade de Presidente Vargas”, diz.
E continua esclarecendo, “ao confrontarmos com o receptador pra saber o paradeiro do animal, ele negou e violentamente com mais de 10 homens partiu pra linchar o acusado de roubo Edmar, que nos tinha levado até ali, lá acontecia uma festa. Sendo desidratada a injusta agressão, proferida por aquele receptador e seu bando, por mim na condição de policial da reserva e estar armado. Acalmados os ânimos, iríamos retornar a Itapecuru quando o receptador chama, assume ter comprado o boi por R$ 500,0 e ter vendido para um traficante da região por R$ 2.500,00. Ficou a tratativa de devolver o animal na segunda-feira”.
Sobre a prisão ele revela, “Nesse momento, ou seja, às 08h19hs, Antônio José (Tubarão) liga para o Delegado Regional informando os fatos, falaram 4m11seg. O delegado tinha conhecimento da missão, Tubarão foi orientado a vir pra Itapecuru e fazer a recuperação do animal na quarta-feira, 13 de Abril. Ao nos aproximarmos da entrada da cidade, mais precisamente no portal, fomos interceptados por uma guarnição de policiais civis e militares que nos conduziram até a delegacia autuados em flagrante”, conta.
Em avaliação, Abraão Martins diz ter sido vítima de um jogo para manchar sua imagem. “Meu irmão, creio que nesse fatídico episódio fomos vítimas de um espetáculo midiático aparelhado a uma promoção social. Tudo por defender os interesses da sociedade, em epígrafe à sustentabilidade de um hipossuficiente, ao blindar o princípio da dignidade humana”, relata ele ao diretor de jornalismo do site.
Vereador Abraão Martins em solenidade natalina na prefeitura de Itapecuru Mirim. Foto: Ascom prefeitura
O ex-vereador mostra-se indignado pelo fato do bezerro nunca ter sido entregue a seu verdadeiro proprietário. “O boi nunca foram buscar, aquele animal era a sustentabilidade, arrimo da família. Nós identificamos quem roubou, quem recebeu, por quanto foi vendido e revendido, para quem, onde está e no final os presos fomos nós junto com o dono do animal roubado”, desabafa.
Abraão aguarda em casa, Itapecuru Mirim, a tramitação processual e afirma estar com a consciência limpa porque tentou fazer o bem. Segundo ele, infelizmente há momentos em que fazer o bem revela-se mais danoso e nocivo que as maldades reinantes pelo mundo. Ainda assim reafirma que continuará a lutar pelas causas da sociedade itapecuruense, em especial pelas famílias que mais precisam de um amparo.
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