Na manhã deste domingo (02) a advogada Layane Oliveira, de 24 anos, envolvida na tragédia acontecida na última quarta-feira (29) que deixou dois mortos, entre eles um bebê de apenas 3 meses, entrou em contato com a redação do site Itapecuru Notícias disposta a revelar sua versão dos fatos.
O primeiro contato da advogada aconteceu na sexta (31) às 11:53h da manhã em duas mensagens, a primeira exigindo que a publicação fosse tirada do ar e a segunda “a sua vontade de espalhar a notícia é tão grande que foi irresponsável”. Ambas endereçadas ao diretor de jornalismo Alberto Júnior. Um terceiro contato foi registrado às 14:51h do mesmo dia quando ela escreveu comentário na matéria publicada pelo site com detalhes sobre o que até então era tratado como acidente grave.
Na manhã de hoje (02) Layane Oliveira decidiu tornar público sua versão dos fatos e encaminhou à redação um texto com a narrativa. Questionada sobre o julgamento de sua atitude neste caso, feito pela sociedade itapecuruense, ela justificou: “só estou falando por isto. Como mãe não preciso dar explicações a ninguém, mas como advogada prezo pelos fatos. E todo mundo precisa saber que ele é um assassino”, enfatizou.
Todas as autoridades tratam o caso como acidente, o delegado regional Samuel Morita concedeu entrevista à Itapecuru Webtv classificando assim. O tenente Roriz, oficial dos Bombeiros que comandou a operação de atendimento à ocorrência também classificou desta maneira, bem como o comandante do 28º Batalhão de Polícia Militar, sediado em Itapecuru, major Wagner Monteiro.
A narrativa da advogada revela uma pessoa a mais como ocupante do veículo no qual estava, descarta a panificadora como cena da agressão desferida por Fagner Coelho em outra vítima e comprova o relacionamento extraconjugal que pairava sobre os fatos. Leia a seguir a íntegra da entrevista:
Domingo, 02 de Agosto de 2020
Eu moro no Entroncamento [povoado a 12km do centro da cidade], não ia pra Itapecuru nesse dia, mas precisei ir buscar um cabo na casa de um amigo pra poder scannear uns processos que tinha pra dar entrada.
Recebi uma msg de Sthefanne pra ir lanchar, então como já ia buscar o cabo, acabei decidindo também ir lanchar. Fui tomar banho, arrumei meu filho e chamei minha cunhada pra ir comigo. Fomos. Busquei Sthefanne na casa dela e de lá fomos no Brocados [hamburgueria no centro].
Quero ressaltar, não que importe, que eu não sabia da relação da Sthefanne com o sujeito até pouco tempo atrás, sabia que ela tinha um relacionamento, mas não sabia quem era. Depois descobri que ele era casado e agressivo, (eu percebia a agressividade dele através da forma que ela se comportava quando ele ligava pra ela) então comecei a aconselhar que ela terminasse esse relacionamento. E depois que a esposa dele descobriu que ela me contou quem era.
Lá no Brocados comemos e ela contou sobre a situação que ocorreu com a esposa dele, Ela [a esposa] botou alguém pra segui-la e quando a encontrou sozinha foram às vias de fato e depois a Sthefanne registrou um B.O.[Boletim de ocorrência] e estava me perguntando como proceder.
Durante o lanche ele ligou algumas vezes, queria falar comigo, como sabia que ele estava bêbado e eu nunca quis me envolver nisso, não aceitei falar com ele. Terminamos de lanchar, pagamos e fomos pro carro. Joaquim [o bebê falecido no acidente] estava mamando e então não me atentei a colocá-lo na cadeirinha, logo porque ainda íamos encostar na farmácia e íamos na casa desse amigo buscar o cabo, então o entreguei a minha cunhada que estava no banco do passageiro e saímos.
Quando estávamos saindo ele chegou no Brocados. Segundo minha cunhada, eu estava falando com o pai do meu filho então não prestei atenção, a Sthefanne conversou com ele no celular e falou o carro que estávamos (o carro que estávamos era do meu pai, ele tinha acabado de comprar e só quem andava nele era meu irmão).
Chegando no retorno do relógio[cruzamento das avenidas Brasil e Gomes de Souza] ele nos acompanhou, abaixei o vidro de trás, onde Sthefanne estava, e ele queria que eu abaixasse o da frente, ele queria falar cmg porque achava que eu tinha algo a ver com a questão do B.O. Não o fiz. Continuei indo e ele seguiu a gente e ficou pedindo parada.
Logo depois do Verás Bar [Bairro da Piçarra] eu estacionei o carro com intenção de fazer cessar a perseguição e travei todas as portas e abaixei apenas o vidro da Sthefanne, ele chegou olhou TODO MUNDO QUE ESTAVA DENTRO, principalmente meu filho, e começou a gritar e logo depois deu um soco no rosto da Sthefanne, levantei o vidro dela e ele começou a socar o carro, então eu arranquei com o carro e fiz o retorno com o intuito de ir até a delegacia.
Pensei em ir por dentro [ruas adjacentes à avenida], mas como ele tinha uma arma ficamos com medo dele atirar então decidimos ir pela BR mesmo, pois na nossa cabeça ele não faria nada com a gente na frente de tantas testemunhas. Chegando mais ou menos na frente da Vasconcelos ele começou a desacelerar, foi quando achei que ele tinha desistido e me “despreocupei”.
Quando olhei novamente no retrovisor ele já estava “em cima” e não tive como fazer nada. Ele acertou o carro com o intuito de nos matar, não tenho dúvidas.
Novos fatos surgem com a entrevista, o Boletim de Ocorrência contra Fagner Coelho ou a esposa, por agressão a Sthefanne, já havia sido registrado. As autoridades seguem investigando o caso e apurando as evidências. A equipe do site Itapecuru Notícias entrou em contato com o advogado da família de Fagner Coelho, ele informou que irá se manifestar oportunamente.
Outras informações sobre a entrevista acompanhe o programa Itapecuru Notícias que vai ao ar de segunda a sexta, a partir do meio-dia, via facebook, youtube, Instagram e retransmitida pelas rádios Alvorada FM (87,9 Mhz), Palmares FM (106,7 Mhz) e Rádio Mirandense Brasil (Miranda do Norte).
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