Enfermaria de Campanha freou mortes por COVID-19 em Itapecuru no ano de 2020

Estudos sobre as formas de combater o coronavirus mostram que o tratamento precoce é a mais eficaz delas, prova disto está registrado nas estatísticas de enfrentamento à pandemia no município de Itapecuru Mirim, após 1 anos de luta contra o vírus, que estão no livro "Vencendo a Pandemia, uma batalha na ribeira do Itapecuru" com lançamento previsto para começo de maio de 2021.

A obra é o conjunto de reportagens publicadas pelo site Itapecuru Notícias desde antes do primeiro caso suspeito em Itapecuru até a data do lançamento do livro, que tem como autor o diretor de jornalismo do portal de notícias, Alberto Júnior, membro da Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes (AICLA). Além dos textos jornalísticos, o registro histórico traz também curiosidades dos bastidores e obstáculos encontrados antes dos fatos chegarem ao conhecimento do público.

Algo que chama atenção é a importância da abertura de uma enfermaria de campanha pelo médico e ex-prefeito Miguel Lauand (PRB) no dia 14 de julho de 2020, que foi responsável pela diminuição drástica do número de mortes por coronavirus no município. As estatísticas apontam de maneira impressionante o quão positiva foi esta ação.

Do dia 2 de abril de 2020 a 14 de julho do mesmo ano foram registradas 13 mortes. Ou seja, em apenas 4 meses 13 itapecuruenses perderam a batalha para a doença, uma média de 3,25 mortes a cada 30 dias. Após esta data (14 de julho) até 31 de dezembro de 2020 o município registrou apenas 1 morte. Foram 6 meses com apenas uma perda para o coronavirus.

De acordo com especialistas ouvidos pelo Itapecuru Notícias a redução brusca é reflexo imediato do trabalho de atenção básica realizado pela prefeitura, que decretou medidas rígidas e inaugurou um centro de referência de combate à COVID-19 com consultas, entrega de medicamentos e internação de pacientes que apresentaram casos leves a moderados. O centro dispunha de 10 leitos equipados para recuperação assistida, médicos, enfermeiros, técnicos, equipe de higienização, limpeza, enxoval individual padronizado com logomarca da secretaria de saúde e todo aparato voltado ao atendimento precoce dos enfermos.

Com a redução do número de casos positivos e sem registros de internações por COVID-19 o município desativou os 10 leitos de internação no dia 30 de outubro e em 5 de novembro de 2020 anunciou o encerramento das atividades. Mas manteve o centro de referência atendendo a todo paciente que testasse positivo para coronavirus até 31 de dezembro, último dia da gestão Miguel. No dia 29 daquele mesmo mês, em reunião do Conselho Municipal de Saúde, a secretária Paraguacy Silva, fez registrar em ata que o município deixava todos os equipamentos devidamente acondicionados e guardados no almoxarifado da prefeitura. Exceto os que fossem remanejados para outras unidades básicas de saúde.

No início deste ano de 2021, em apenas 2 meses e meio (o que corresponde a 74 dias), as mortes por causa da pandemia chegam a 14 nesta segunda-feira (16), exatamente o mesmo número registrado nos 10 meses do ano passado. Uma média espantosa de 5 mortes em cada um dos 2 primeiros meses e 4 delas apenas nos últimos 15 dias. Sem leitos para internações de pacientes com sintomas leves na rede municipal de saúde, sem remédios sendo distribuídos aos infectados e com uso de isolamento domiciliar no município onde 90% das residências têm um único banheiro de uso coletivo, estrutura considerada inadequada e com potencial de aumento da proliferação do vírus, as estatísticas apontam para um agravamento crescente da pandemia em Itapecuru Mirim.

Segundo a assessoria de comunicação da prefeitura à época 400 pacientes foram atendidos naquele período, com funcionamento 24h por dia.