A discussão é grande, não menos que as dúvidas para quem mora na própria cidade. Mas, afinal, se escreve com ou sem hífen?
Na verdade o nome do município é sem hífen, poucos habitantes sabem disto.
Antes de se tornar vila o lugar era uma povoação onde acontecia o comércio de gado vindo dos estados do Piauí e Ceará, este local tinha o nome de Arraial da Feita. Traduzindo da língua portuguesa à época para os dias atuais, Arraial era uma pequena povoação e Feira espaços onde se comercializava algo, no caso as cabeças de gado.
Desta época o documento oficial mais antigo está no Arquivo Histórico Ultramarino, na Torre do Tombo, em Lisboa, Portugal. Pedido dos moradores do Arraial da Feita ao rei para que elevasse à condição de vila, datado de 17 de novembro de 1751.
Sessenta e sete anos mais tarde, em 20 de outubro de 1818, obedecendo provisão régia de 27 de novembro do ano anterior (1817), foi fundada a vila de Itapecuru com o adjetivo Mirim, para distinguir da cidade de Rosário que à época chamava-se Nossa Senhora do Rosário do Itapecuru Grande.
Portanto, Itapecuru Mirim é escrito sem o hífen obedecendo as regras da língua portuguesa vigentes ainda hoje, mesmo depois do novo acordo ortográfico, por se tratar de um adjetivo (pequeno) e não de sufixo de origem Tupi; a exemplo de cantor mirim (ainda criança ), clube mirim (para crianças), lagoa mirim (pequena).
*Alberto Júnior. Jornalista, professor de língua portuguesa, pesquisador, escritor membro da Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes (AICLA), membro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
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